Sala de aula digital: um caminho sem volta
As novas tecnologias são capazes de ampliar as oportunidades, sobretudo quando aliadas à educação
Arrisco dizer que nunca foi tão difícil educar como é hoje em dia. Tanto para os pais quanto para os professores. Com toda essa tecnologia fazendo parte do cotidiano de crianças e adolescentes, como atrair a atenção dos alunos para os métodos tradicionais de ensino? A competição entre livros e cadernos com tablets e celulares chega a ser por vezes desleal. As ferramentas tecnológicas ganham de lavada o interesse dos alunos. E, em razão disso, não dá mais para os educadores fugirem desses recursos em sala de aula. As chamadas TDICs – Tecnologias Digitais de Informação e de Comunicação – podem e devem ser incorporadas nas práticas educativas. E te garanto que todos – alunos e professores – serão mais felizes, e o processo de ensino e aprendizagem, muito mais prazeroso.
Não adianta remar contra a maré; os estudantes de hoje em dia são nativos digitais. Para eles, tudo é online e a tecnologia é algo muito óbvio e natural. Por isso é tão difícil hoje despertar interesse pelo que foge a esse universo. De acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil, 22 milhões (91%) das crianças e adolescentes brasileiras acessaram a Internet pelo celular em 2016. Então, como não incorporar esse recurso como ferramenta pedagógica?
O desenvolvimento de aplicativos educacionais que auxiliam na alfabetização e no aprendizado da matemática, de ciências e de idiomas está bastante avançado e rico em conteúdo de qualidade. Diversas editoras também têm agregado conteúdo digital a seus livros didáticos. É só buscar os que mais se encaixam em seu planejamento educacional, que deve ser bem elaborado, com objetivos definidos. Dessa forma, os recursos tecnológicos tendem a ser um complemento no desenvolvimento das atividades em sala de aula, potencializando novas formas de aprendizagem.
Sim, é um desafio usar a tecnologia a nosso favor. Muitas vezes parece mais fácil lutar contra ela do que gerenciar o “efeito zumbi” que ela causa nos jovens. Afinal, a grande maioria de nós é um professor que está inserido em uma sala de aula no estilo do século 19, com a formação do século 20 e alunos do século 21, como dizia a mestra e especialista em Educação, Carolina Defilippe. Para mudar esse cenário é preciso capacitação com foco específico em tecnologia. Também é necessário engajamento e coragem para mudar a didática tradicional. Práticas inovadoras são sempre bem-vindas e devem ser integradas aos conteúdos.
Precisamos valorizar as inteligências múltiplas da nossa geração de alunos, que consegue interagir de diversas formas e executar inúmeras atividades ao mesmo tempo. Porém, é preciso direcioná-los pedagogicamente e tecnologicamente. Sem esse tipo de orientação, eles provavelmente se perderão no caminho da aprendizagem, desviando-se do foco proposto pelo professor. Esse é o papel que o educador moderno deve exercer em sala de aula.
Luis Antonio Namura Poblacion
Engenheiro Eletrônico pelo ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Tem especialização em Marketing e Administração de Empresas e MBA em Franchising pela Louisiana State University e Hamburguer University – Mc Donald´s. Atualmente é presidente do grupo Vitae Brasil, empresa que conta com mais de 1200 funcionários em três divisões, o Planneta Educação, a Salute e a Solum com um portfólio crescente de produtos e serviços, contemplando soluções nas áreas de educação, saúde e meio ambiente.
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