Gestão Escolar: o que é Noosfera do Clima Educacional e como pode te ajudar?

Você sabia que a noosfera organizacional pode ter climas diferentes em cada escola? Leia o artigo e entenda mais sobre esse assunto!


Gestão Escolar: o que é Noosfera do Clima Educacional e como pode te ajudar?

Gerir e gestar são duas palavras que caminham juntas, mas com significados um pouco diferentes uma da outra. O termo gestar (gestão) aqui entendido, refere-se ao processo de conduzir pessoas a prática da maiêutica Socrática que consiste em dar à luz a novas ideias.

A partir da palavra maiêutica, podemos deduzir 4 palavras. 1 Maya, ilusão, o que está encoberto e que precisa ser desvendado. 2. EU, é aquele que vai estudar, pensar, sentir, desvendar o conteúdo maiavico. 3. A ÉTICA, são os princípios que norteiam o direcionamento humano em busca de consenso comum. 4. A  ESTÉTICA, é como as coisas devem ser alinhadas de tal forma que haja harmonia e equilíbrio nos relacionamentos e na estrutura educacional. Aqui está o papel dos gestores.

Gerir é gerenciar, administrar os recursos materiais e financeiros da escola, portanto, fica claro que um depende do outro.

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Na meteorologia se utiliza, por exemplo, o anemômetro que mede a direção e a velocidade dos ventos, no nosso caso, sugere o uso do que denomino de noosferometro (noos = alma, esfera = o âmbito da escola e metro = medida) ele indica, o que, por que e como os fatos se desenvolvem no âmbito dos relacionamentos.  

Se o pessoal não sabe para onde vai sua escola e quais os objetivos, como eles poderão contribuir em situação de crise e de emergência a curto prazo?

Em referência à Teilhard de Chardin, podemos dizer que quando uma pessoa não se basta para gerir uma escola, ela se junta as outras e formam uma força tarefa, um departamento, uma unidade, filiais etc. e, tudo isso sendo atraído por um centro convergente de forças que denominamos de MISSÃO.

Disse o prof. Henrique José de Souza (1883-1963): “A humanidade é infeliz por ter feito do trabalho um sacrifício e do amor um pecado”. Não deixe que isso aconteça em sua escola. Não permita que sua escola use um óculos cor de rosa onde as pessoas estão dizendo: maravilhoso, lindo, sem problemas etc., e parecem não pensar, apenas sentem, é um clima morno.

Não permita que ela use óculos escuros em que nada vê e ficam tentando acertar, e acabam cometendo mais erros que prejudicam a imagem da escola. Use um óculos realista e compartilhe do sucesso com todos, se não estiver indo bem, faça o mesmo para que se engajem de alguma forma na reorganização da escola e procure não apontar culpados.

No surgimento da noosgenese das instituições, primeiro é preciso observar sua base primal/origem e energética que emana dos seus fundadores. O segundo passo é conhecer muito bem o potencial do seu capital humano. Qualquer atitude sem estes dois fatores é cometer erro fatal, porque a base do clima aí se encontra. E claro, não se esquecer dos fatores externos.

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Os tipos de clima educacional nas escolas

1. Úmido

Predomínio da informalidade por onde permeia as relações afetivas onde os limites e regras não estão claros. Não há normas estabelecidas e com isso a hierarquia fica comprometida. A variação deste clima é o úmido e frio, e neste caso a informalidade é ainda maior e a humidade relativa das relações também.

2. Seco

Ao contrário do anterior, temos o outro lado da moeda onde predomina a intelectualidade e o clima é formal, baseado em regras e limites, e a hierarquia é rígida e inflexível. A variação deste clima pode ser seco e frio. Um elogio é coisa rara, um achado arqueológico.

3. Tempestuoso

Este clima é criado a partir do desequilíbrio a que nos levam os dois anteriores, porque o ser humano quando exposto aos extremos pode suportá-lo por um curto espaço de tempo, tendo em vista que suas necessidades básicas não estão sendo satisfeitas. Nos dois primeiros tipos de clima, é preciso muito cuidado com a formação e proliferação do que denomino de “cupim organizacional” que no silêncio da noite vai corroendo os alicerces da sua escola. Neste tipo de clima, as pessoas ficam contando os dias para chegar o final de semana.

4. Temperado ou harmônico

Atingimos o ideal de um clima aonde a noosfera chegou ao seu ponto de equilíbrio. E qual vai ser o diferencial para manutenção deste clima?  A harmonia, a flexibilidade e a resiliência de cada um em lidar com as situações problemas no dia-a-dia dos climas úmidos, secos, tempestuoso e suas variações. Já dizia Djval Kull “o discípulo evolui através de crises”. Para alguns ela é ameaça, mas para outros é oportunidade.

5. Como melhorar o clima

Convide as pessoas para fazerem parte do time. Valorizes os entusiastas (enthus, do grego = inspirado por algo superior), mas não percam de vista os pessimistas, pois, ai está a chave da questão. Ter tolerância é um dos pré-requisitos.

A amorização é respeito ao outro, é dignidade, é criar um ambiente acolhedor e feliz onde as pessoas podem exercer suas funções de forma competente, porque é isto que otimiza a evolução, o progresso e o desenvolvimento humano e tecnológico da escola.

A sua escola não vai precisar de complexos formulários para saber como está o seu clima, basta preparar todos para serem verdadeiros observadores dos fatos e isso se treina diariamente, mas com o olhar atento das lideranças, que deverão conduzi-la continuamente a gestar novas ideias.

Pare e pense na imagem de sua escola. Um simples boato que acaba caindo nas redes sociais e lá se vai anos de dedicação. Uma imagem manchada implica na perda de confiança. Se as pessoas não estão se expressando, pois, o clima úmido e seco gera medo e desconfiança, é aí que se estabelece o clima de tempestade ficando difícil de controlar. Invista e acredite no seu pessoal, pois, são eles e não os externos à escola que fazem-na existir com sucesso.

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O olhar da gestão escolar

Tudo o que as pessoas pensam, sentem e produzem no seu meio ambiente, gera um quantum de energia psicomental, que será compatível com outras formas de pensamentos de pessoas do mesmo ambiente, isto forma uma noosfera organizacional com climas diferentes.

Se a sua escola olhar para o pedagógico, financeiro, administrativo, apoio, alunos e os pais da mesma forma, com os mesmos valores, ela estará preparada para superar qualquer crise que vier. No período que passamos de instabilidade de clima em todo país, a escola nada perdeu.

Deixemos de pensar que perdemos e transformemos a perda em aprendizagem, para estarmos preparados para qualquer turbulência que vier, pois, já temos a experiência. O imprevisto o nome já diz, não pode ser previsto, então, se não pode, é uma aprendizagem, porém podemos estar de olhos alertas.

Assim sendo, que cada um faça sua parte e a escola vá fluindo e servindo ao se propósito básico, o de capacitar e potencializar as competências socioemocionais e as sociocognitivas.

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Dirceu Moreira

Dirceu Moreira

Psicólogo, pedagogo, palestrante, especialista em Psicologia das Relações Humanas. Autor do livro “Transtorno do Assédio Moral – Bullying – a violência silenciosa”, publicado pela Wak Editora

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