A importância da comunicação não violenta na sala de aula
Será que a maneira com a qual você se comunica com os alunos está dando os resultados esperados? Veja como a comunicação não violenta pode ajudar.
Na rotina escolar é comum enfrentar situações adversas como, por exemplo, a briga entre alunos ou até mesmo os momentos de indisciplina deles. Quando isso ocorre, cabe ao professor apaziguar a situação. É nesse momento que é importante falar em comunicação não violenta.
Afinal, como você sabe, existem várias maneiras de passar a mesma mensagem. É possível tanto se pronunciar de maneira mais enérgica e incisiva, apontando erros e acertos, quanto conversar de forma clara e compreensiva.
Muitas vezes, as abordagens feitas tendo como base a empatia e compaixão acabam sendo mais eficientes na resolução de problemas no ambiente escolar. Conheça a comunicação não violenta e veja como ela pode ser usada na rotina do professor.
O que é comunicação não violenta?
A maneira como as pessoas conversam, opinam e orientam pode influenciar no resultado de uma abordagem dentro do ambiente escolar. Por isso, muitos vêm adotando a chamada comunicação não violenta, que nada mais é do que optar por uma abordagem “desarmada”.
A comunicação não violenta visa iniciar a conversa sem estar na defensiva, nem no ataque. A ideia é chegar para o diálogo de forma aberta e empática, de forma que a conexão com o outro possa ser criada naturalmente.
Por meio da comunicação não violenta, a pessoa permite que as suas vulnerabilidades sejam mostradas. Dessa forma, além de compreender o outro, é possível deixar a pessoa entender que ambos são vulneráveis e estão passíveis de errar e acertar.
O resultado disso é o sentimento de empatia, que permite que as pessoas se coloquem no lugar do outro, entendam a sua dor e compreendam o que está acontecendo, o que é essencial para que a conexão interpessoal ocorra.
Essa técnica de comunicação é muito usada para a resolução de problemas de forma pacífica. Ela foi criada pelo psicólogo americano Marshall Bertram Rosenberg e é baseada em quatro pilares:
- A observação do ocorrido sem julgamento;
- A identificação dos sentimentos;
- O entendimento das necessidades;
- A realização do pedido, mostrando ao outro o que deseja.
Quais as vantagens de usar a comunicação não violenta no ambiente escolar?
É comum que todas as pessoas imprimam a violência vivida ao longo da vida na sua maneira de falar. Muitas vezes, o indivíduo chega para a conversa cheio de escudos protetores, que não permitem que o diálogo se aprofunde.
Em outras, o envolvido na conversa se encontra em uma situação de ataque, na qual chega cheio de julgamentos e nem se preocupa em compreender o outro, seja essa pessoa um colega educador ou um estudante. Já ao adotar a comunicação não violenta no ambiente escolar você consegue:
- Desenvolver a sensibilidade;
- Ajudar a resolver as brigas entre os estudantes e a manter a ordem, sem agressividades;
- Conseguir levar mais harmonia na reunião com os colegas;
- Evitar técnicas punitivas;
- Promover a educação afetiva;
- Muda a imagem de professor autoritário;
- Promove a aproximação com os estudantes;
- Deixa o ambiente escolar mais agradável.
Como aplicar a comunicação não violenta no ambiente escolar
Quantas vezes você já viu um colega gritando dentro da sala, enquanto dava bronca na turma? E você? Já fez isso? Provavelmente, se nunca gritou ou ordenou, já presenciou professores fazendo isso.
O problema é que, berros e ordens enérgicas, além de comumente não darem resultado algum, ainda podem constranger os alunos. E, claro, o educador tem esse tipo de atitude com boas intenções, na tentativa de ensinar e evitar comportamentos inadequados. Entretanto, em muitos casos, o que se consegue é marcar a aprendizagem dos estudantes de uma maneira desagradável.
Por isso, adotar a comunicação não violenta pode ser um grande passo, que vai ajudar o estudante a aprender a aceitar os ensinamentos. Para isso, você pode:
- Incentivar que os alunos passem a ouvir os colegas;
- Criar atividades que promovam o diálogo entre o grupo;
- Abrir um espaço para que as necessidades sejam ouvidas;
- Realizar rodas de conversa, por exemplo, ou outras interações que promovam o diálogo;
- Falar sobre a importância de compreender os próprios sentimentos e se expressar;
- Buscar o diálogo e o entendimento da situação, antes de aplicar punições.
Além dos benefícios que a comunicação não violenta pode levar para a turma e da melhora que ela pode proporcionar na relação entre docentes e discentes, ela também colabora para a aplicação da Base Nacional Comum Curricular. Afinal, por meio dela é possível estimular as habilidades socioemocionais dos estudantes e ajudá-los no desenvolvimento da inteligência emocional.
Por falar na BNCC, saiba como ela será trabalhada em 2021!
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