EJA e BNCC: descubra o que a base prevê para os estudantes
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) contempla a Educação de Jovens e Adultos (EJA)? Veja o que ela diz!
O que falar sobre a EJA em relação à BNCC? A Base Nacional Comum Curricular - BNCC foi criada para ser referência para elaboração dos currículos escolares. Para isso, ela determina quais são as aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver enquanto estiverem na educação básica, seja ele estudante de escola municipal, estadual, federal ou particular.
Em suma, a BNCC determina os conhecimentos, competências e habilidades que os alunos da educação básica de todo o Brasil precisam desenvolver em seus anos escolares. Contudo, o documento se baseia apenas em crianças e adolescentes. Sendo assim, não contempla a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Isso deixa uma lacuna, já que as necessidades de uma criança de 8 anos são muito diferentes de um adulto de 40 anos, por exemplo.
Em suma, a BNCC não contempla a EJA e isso acabou se tornando um problema. Saiba mais sobre a necessidade de adequação.
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Por que a EJA deveria ser citado na BNCC?
É fato que a necessidade de desenvolvimento de crianças e adultos é muito diferente. Além disso, os caminhos percorridos por alunos da EJA são bem diferentes do que um aluno que estuda na idade correta.
No geral, devido a motivos diversos como, por exemplo, questões socioeconômicas, esse adulto não conseguiu completar os estudos na infância. Por isso, acaba voltando para a educação básica quando adulto. Na maioria dos casos, o retorno ao estudo se dá por causa de uma exigência do mercado de trabalho.
E por falar em trabalho, ele faz parte de boa parte dos alunos da EJA. Trabalhar durante o dia e estudar à noite, em busca de melhorar o currículo e conquistar uma renda melhor. Com essa rotina diferente, para que o aluno da EJA realmente aproveite o período escolar, é necessário que sejam adotadas práticas curriculares que motivem essas pessoas. Isso ajuda a melhorar o aproveitamento, e também a combater a evasão escolar.
Logo, os alunos da EJA precisam ser motivados a se encaixarem como protagonistas no meio social do qual fazem parte. Para que isso fosse possível, seria necessário que os currículos da Educação de Jovens e Adultos fossem adequados a essa realidade, algo que não acontece na BNCC.
Em suma, a Base Nacional Comum Curricular “esqueceu” de ter algo voltado para esses adultos e que considerasse as suas realidades.
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Como considerar a BNCC na EJA então?
Enquanto a BNCC não determina um programa específico para a EJA, entende-se que deve ser seguido o mesmo que é estabelecido para quem cursa a escola na infância e na adolescência. E isso gerou um debate desde que a primeira versão da BNCC foi criada, pois foi visto que o que ela propõe é inadequado para o público da Educação de Jovens e Adultos.
Afinal, para começar, a diversidade de pessoas que se matricula na Educação de Jovens e Adultos é imensa. Assim, seria preciso considerar as experiências e conhecimentos que essas pessoas já carregam com elas e não tratá-las da mesma maneira que ensina para crianças.
Além disso, seria necessário determinar quais seriam os conteúdos realmente relevantes para uma pessoa adulta que voltou para a escola. Afinal, a principal função desse retorno é ampliar suas perspectivas pessoais e profissionais. A BNCC não traz nada sobre isso, nem considera os diferentes sujeitos para determinar percurso curricular.
Também precisaria ser considerado que os alunos da Educação de Jovens e Adultos, quase sempre, já foram submetidos a situações de exclusão e a escola vai precisar ajudá-los a se fortalecer para que consigam alcançar novos projetos pessoais. Isso teria que ser citado na BNCC, caso a Educação de Jovens e Adultos fosse incluída. No entanto, não é.
Material grátis: IDEB 2019: revisão curricular e definição de prioridades alinhadas à BNCC!
Prejuízo
Acredita-se que essa falta de direcionamento na BNCC acabe prejudicando os avanços da Educação de Jovens e Adultos ou de um currículo adequado à diversidade de indivíduos que buscam pela EJA. Afinal, lá estão pessoas como, por exemplo:
- populações ribeirinhas;
- trabalhadores rurais;
- trabalhadores urbanos;
- jovens que foram expulsos do sistema regular;
- infratores;
- mães que deixaram os estudos para cuidar dos filhos;
- idosos, entre outros.
E para adequar à todo esse público variado, seria preciso focar em mudanças na BNCC, abrindo mão dos conteúdos convencionais e focando no que realmente possa colaborar para que essas pessoas progridam.
Por falar em ajustes, eles também terão que ser feitos no planejamento deste ano de 2021 e em 2022.
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