Dia Nacional dos Profissionais da Educação: a busca pela valorização de todos

Que neste Dia Nacional dos Profissionais da Educação possamos ter sempre em mente todos aqueles que trabalham para que nossos filhos e netos possam ter uma Educação de qualidade.


Dia Nacional dos Profissionais da Educação: a busca pela valorização de todos

Uma das primeiras colunas de jornal que escrevi levou o título “Queremos a maçã de volta” e foi publicada em 15/10/2019, em comemoração ao Dia do Professor. À época, comentei sobre o quadro de violência contra professores e a perda de prestígio da profissão que ocorria historicamente e da Escola como um todo.

Falei sobre como os professores lutavam heroicamente contra péssimas condições de trabalho e sobre como se sacrificavam em seu labor. Em suma, sobre como a imagem de vilão do professor estava incorreta. Sobre como queríamos a maçã de volta, ao invés de violência, impropérios e desvalorização.

Não sei qual foi o impacto dessa coluna nas pessoas. Talvez tenham concordado, talvez não. Mas o tempo passou, veio a pandemia do Covid-19, as aulas foram suspensas e posteriormente retomadas remotamente, e os responsáveis subitamente se viram no papel de auxiliares de professores, e talvez tenham percebido, mesmo superficialmente, como é árduo o papel do professor.

Muitos, claro, sequer tentaram, pois se viram sem condições em termos de conhecimento ou mesmo sem motivação para cumprir este papel. Mas, sem muito medo de errar, creio que a maioria sentiu falta do professor e da Escola.

Mas, claramente, o professor é somente um dos papeis existentes nessa grande instituição chamada Escola. Normalmente, nos referimos ao professor, ao Diretor e sua equipe, mas muito pouco se fala sobre as pessoas que mantém a estrutura escolar em funcionamento, e que muitas vezes ficam invisíveis.

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Todos os Profissionais da Educação são fundamentais

São agentes administrativos, secretários escolares, porteiros, inspetores, agentes educadores, merendeiras, serventes, auxiliares de serviços gerais, moradores residentes, além daqueles que trabalham eventualmente na manutenção da escola, por meio de empresas terceirizadas.

Estes profissionais cumprem com suas obrigações e, sem eles, definitivamente, não há Educação e muito menos, aprendizagem. Não há como não lembrar das pessoas com quem convivi como Diretor Escolar nas instituições que trabalhei.

Todos os agentes educadores, os secretários escolares, as merendeiras, os auxiliares de serviços gerais com quem tive o prazer de compartilhar a gestão dessas escolas. Sem o Carlos Eduardo, a Alexandra, o Gil, a Patrícia, a Juliana, a Ana Paula, e tantas outras pessoas que passaram pela minha vida, eu não teria conseguido cumprir com minha missão de gerir essas Escolas. Estes não são e não foram invisíveis.

Assim, sem o trabalho da secretaria da escola, por meio dos agentes administrativos e secretários escolares, não há matrículas ou emissão de documentos escolares. Sem a vigilância atenta dos porteiros, inspetores e agentes educadores, os alunos ficariam em risco e a entrada de pessoas na escola, sem controle. Sem a merenda diária, não haveria condições de aprendizagem, pois não se aprende sem os nutrientes necessários no organismo. Sem a ação dos serventes e auxiliares de serviços gerais, não há limpeza da escola e organização das salas de aula. Sem os moradores residentes, não há a vigilância e manutenção diária da escola.

Todas essas funções relatadas são apenas um resumo e não exprimem a quantidade de tarefas a que esses valorosos trabalhadores se dedicam, e muito menos são suficientes para determinar o empenho e a dedicação que devotam aos alunos, professores, Direção e toda a comunidade escolar. São bravos defensores da escola, zelando e contribuindo para seu funcionamento.

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A valorização dos Profissionais da Educação

Se a pandemia do Covid-19 trouxe a incerteza e veio desestabilizar a Educação e a aprendizagem, os profissionais da Educação estão prontos agora para fazer a Escola voltar cada vez mais à normalidade, à medida que a vacinação avança e as aulas presenciais vão retornando.

Isso fora as escolas que já estão em pleno funcionamento. Zelando pelo cumprimento de todos os protocolos estabelecidos pelas autoridades sanitárias, estes profissionais vão garantindo a segurança necessária, em benefício dos alunos e suas famílias, para que a Escola cumpra cada vez mais seu papel.

Pensando na Escola como uma instituição orgânica, viva e dinâmica, precisamos resgatar a valorização de todos que nela trabalham. Infelizmente, foi preciso uma pandemia mortal para que as pessoas experimentassem, mesmo que de forma incipiente, instruírem seus filhos e netos sem a figura direta do professor e da estrutura mantida pelos profissionais da Educação, e voltassem a valorizá-los de forma mais condizente com a real importância de suas atividades.

Agora, vislumbra-se a possibilidade destes profissionais consolidarem tal valorização, continuando a prestar um serviço de qualidade para a população.

Que neste Dia Nacional dos Profissionais da Educação possamos ter sempre em mente todos aqueles que trabalham para que nossos filhos e netos possam ter uma Educação de qualidade, contribuindo para suas vidas como cidadãos e futuros trabalhadores.

Que eles sejam valorizados sempre positivamente! Que eles sejam o exemplo de como se deve trabalhar em qualquer atividade na vida!

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André Codea

André Codea

Professor da Rede Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Escritor e palestrante em Neurociência Pedagógica, Mestre em Ciência da Motricidade Humana, Pós-graduado em Gestão Escolar e Anatomia. Autor do livro “Neurodidática –Fundamentos e Princípios”, publicado pela Wak Editora.

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