O elogio do fracasso
"Esteja preparado para o fracasso se você vai realmente se dedicar a inovação e não penalize quem falha." (Phillip Kotler)
Jack Nicholson, um dos grandes atores norte-americanos, vencedor de vários prêmios internacionais por suas atuações, logo após ganhar o Oscar, foi questionado por uma repórter sobre o que esperava para sua carreira depois deste novo sucesso. Sempre irônico, mas com um grande senso de realidade, Nicholson respondeu, ainda segurando a estatueta: "Espero um retumbante fracasso".
Quantas vezes você fracassou? Associamos o termo fracasso, normalmente, a erros colossais que colocam em risco até mesmo nossa própria existência (pessoal e profissional). Numa sociedade de resultados, em que se exige o sucesso e a busca constante do reconhecimento e dos méritos de nossas realizações, o fracasso e os erros são pecados mortais, venais e sentenças definitivas, em muitos casos, da incompetência que não tem correção ou ajuste.
Não deveria ser assim. Kotler, um dos grandes nomes do pensamento no mundo do marketing, palestrante internacional de enorme repercussão e respaldo é quem nos ensina. Os erros nos permitem repensar os processos, procedimentos e a própria jornada - tanto a profissional quanto a pessoal.
De acordo com Kotler, grandes empresas hoje já atuam no sentido de que o fracasso é inevitável e que ainda assim, pensa-se que "se em uma em dez vezes o objetivo for atingido, isso vai cobrir todo o custo".
O erro é inerente. Quando realizamos nossa jornada é comum dizermos que vagamos, caminhamos ou "erramos" pelas vias retas ou tortas do mundo. O que não se pode perder de vista é a nossa falibilidade, ou seja, o fato de que a perfeição não faz parte do nosso ser. Nem para mim, nem para ninguém.
Não significa que devamos abrir mão da busca pelos melhores resultados em nossas vidas e projetos. Que devamos acomodar os erros e os fracassos e encará-los como o porvir, a certeza, o destino e o resultado. Quando e se acontecerem erros, falhas e fracassos é hora de se perguntar como, porque, quando, onde e de que modo podemos superar, aprender, construir algo melhor na próxima tentativa.
O elogio do fracasso é o reconhecimento de que somos humanos e não semideuses imortais. Quantas partituras foram necessárias para que Mozart compusesse suas obras-primas? Inúmeros experimentos, cálculos e rascunhos para que cientistas desenvolvessem suas teorias. Machado de Assis e outros grandes nomes da literatura não escreveram suas obras da noite para o dia e nem todas se tornaram grandes clássicos, há expoentes e produções menores. Pelé perdeu pênaltis e Michael Jordan errou arremessos livres... É preciso dizer algo mais?
João Luís de Almeida Machado
Consultor em Educação e Inovação, Doutor e Mestre em Educação, historiador, pesquisador e escritor.
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