Celular na sala de aula?
O equilíbrio no uso de celular em sala de aula, o respeito às regras e o planejamento pedagógico auxiliam no aprendizado dos alunos
Que tal fazer uma experiência e usar o celular como recurso pedagógico em sala de aula? Sabemos que esse recurso já está incorporado à rotina dos alunos. Basta avaliar o comportamento da nova geração no acesso e uso das tecnologias digitais de informação e comunicação. Para o professor, com um planejamento bem elaborado e com objetivos claros e definidos, esse recurso tende a potencializar ainda mais avanços na aprendizagem.
No último dia 6 de novembro, foi sancionada a lei que libera o uso dos celulares para atividades pedagógicas, orientadas por professores, nas escolas de ensino fundamental e médio da rede estadual de Ensino do Estado de São Paulo. Vale esclarecer que a autorização para o uso do celular não alterará a forma de aprendizagem, pois ele deve ser um complemento no desenvolvimento das atividades em sala de aula e, desta forma, potencializar novas formas de acesso aos conteúdos e assim, novos conhecimentos.
A Cetic (Centro Regional para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação) apresentou e confirmou em sua última pesquisa, TIC Kids Online Brasil, a tendência de crescimento no uso de dispositivos móveis por crianças e adolescentes para acessar a Internet – em 2016, 91% (22 milhões) acessaram a Internet pelo celular. Recentemente a FGV (Fundação Getúlio Vargas) também divulgou pesquisa revelando a estimativa de que no Brasil, até o final de 2017, haverá um smartphone por habitante.
Trabalhar com o celular em sala de aula faz parte de uma política adotada em muitas escolas, conhecida como BYOD – Bring Your Own Device – traduzida como “traga seu próprio dispositivo”, na qual é possível trabalhar com os recursos trazidos por alunos e professores, sejam celulares, tablets, entre outros, alinhando-os ao contexto de cada atividade, despertando o interesse pelo conteúdo desenvolvido.
O engajamento passa a ser dos gestores, professores e alunos em assumir o desafio e o gerenciamento, no sentido de que podem, sim, trabalhar juntos para que práticas inovadoras sejam sempre integradas aos conteúdos e encontrem a melhor forma para que a permissão do uso do celular realmente faça sentido em relação à aprendizagem. Além de proporcionar informação a qualquer hora e em qualquer lugar, o celular permite usar aplicativos educacionais, possibilita a conexão com os colegas da turma para criação de narrativas colaborativas e a criação de conteúdos, tanto dentro quanto fora da sala de aula, com vídeos, fotos, GPS, redes sociais e uma infinidade de possibilidades pedagógicas e por meio da tecnologia.
Karen Andrade
Consultora em Tecnologia Educacional do Planneta Educação, empresa do grupo Vitae Brasil; graduada em Processamento de Dados, pós-graduada em Computação Aplicada e pós-graduanda em Educação e Tecnologia pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, com experiência em trabalhos relacionados à Educação e Tecnologia Educacional.
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